quarta-feira, 4 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

História do 8 de março

“No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.”

Depois de muito tempo e luta em prol da “suposta igualdade” frente aos homens, finalmente as mulheres tiveram acesso a um instrumento de libertação, a pílula anticoncepcional. Pílula essa que lhes daria a tão sonhada liberdade sexual, que lhe daria o aval para uma vida sexual sem sobressaltos e sem ter que dar satisfações à dita “sociedade de bem” da época. A pílula possibilitava que a mulher fizesse sexo com quem bem entendesse, na hora e onde bem entendesse sem os riscos de uma gravidez indesejada e, conseqüentemente, de “ficar falada” como uma “perdida”. Finalmente, donas do próprio corpo e gozo. Será?

Sempre me questiono se diante de tantas conquistas (incontestáveis) , além da pílula que nós mulheres obtivemos, não passamos a nos sentir obrigadas a sermos iguais aos homens? Será que para nos sentirmos seres iguais (isso é possível?), necessitamos mesmo deixar de lado nossa feminilidade, nossa natural vocação para a maternidade, adiando mais e mais a vinda de um filho em detrimento de uma carreira sólida? (Afinal, mulher bem sucedida e moderna tem que ter uma carreira). O que ganhamos em querermos ser tão independentes se na hora de trocar um pneu, choramos e clamamos para que aquele farol que vem lá na esquina seja de um homem que tenha a boa vontade em trocá-lo pra nós? Se quando conhecemos um gato na balada, ficamos torcendo pra que ele ligue no dia seguinte (e eles raramente ligam) e não ligamos nós mesmas? Ah, porque senão daremos indícios de que estamos a fim dele? E daí? Não somos independentes? Não somos iguais? Por que não posso ligar e dizer que quero sair de novo com ele? Medo da decepção? Mas não somos fortes? Iguais? Ou nossa força só se manifesta na hora do parto, das cólicas menstruais? Na perda de um filho? Por que cobramos tanto do homem que abram a porta do carro, que mandem flores, que puxem a cadeira por nós? Por que ansiamos que o homem adivinhe o que queremos e não o dizemos com todas as letras: “quero isso, é possível ter?” E uma mulher igual e forte não pode ser a “MULHERZINHA” do seu homem? Não pode ser feminina e pedir carinho e sexo, sussurrando que ele é o que mais ela quer naquele momento? Enfim, por que essas atitudes fazem tanta diferença e muitas de nós as colocamos como condições imprescindíveis para que haja um relacionamento sadio? Será que essa luta de igualdade nos levou a uma situação inversa? Se que no afã de querer deixar de sermos vistas como objeto sexual, essa liberação toda não nos fez pegar o caminho de volta? Quantas mulheres hoje não exibem gratuitamente seus corpos e se trocam por migalhas de atenção, dinheiro, cerveja, carona no carrão (algumas nem olham o “carinha” se ele estiver a pé) com a desculpa de que são livres? E não estou falando das prostitutas, essas pelo menos são honestas consigo mesmas e com os outros, estão lá e dizem: “vendo sexo, custa tanto” e paga quem quer, não se iludem de que estão recebendo por um serviço prestado. Falo de determinadas mulheres que vêem no casamento ou nos filhos, garantia de uma velhice tranqüila, com pensão, casa, comida e roupa lavada...Dessas que ficam grávidas “sem querer” e se enchem de razão pra cobrar responsabilidades do pai da criança como se elas também as não tivessem. Falo daquelas que colocam o silicone como sendo a tábua salvadora...do botox seu redentor...das aplicações de LIPOSTABIL seu ideal de felicidade...como se nada mais valesse...Como se um corpo saudável não fosse possível só com alimentação balanceada e exercícios regulares. Só as saradas e siliconadas é que têm direito à felicidade, a olhares, a valorização...???
Limitações físicas não nos fazem o sexo frágil, mas sim um ser mais fraco fisicamente e só. Por que não aceitar isso e ver que nas nossas diferenças com os homens é que podemos começar a nos sentir completas e realizadas?


Por Mônica Innocêncio Ribeiro