quarta-feira, 11 de março de 2009

Como lidar com as palavras

Judy Wallman é uma pesquisadora na área de genealogia nos Estados Unidos. Durante pesquisa da árvore genealógica de sua família deu de cara com uma informação interessante. Um tio-bisavô, Remus Reid, era ladrão de cavalos e assaltante de trens. No verso da única foto existente de Remus (em que ele aparece ao pé de uma forca) está escrito:
"Remus Reid, ladrão de cavalos, mandado para a Prisão Territorial de Montana em 1885, escapou em 1887, assaltou o trem Montana Flyer por seis vezes. Foi preso novamente, desta vez pelos agentes da Pinkerton, condenado e enforcado em 1889."
Acontece que o ladrão Remus Reid é ancestral comum de Judy e do senador pelo estado de Nevada, Harry Reid. Então Judy enviou um email ao senador solicitando informações sobre o parente comum. Mas não mencionou que havia descoberto que o sujeito era um bandido.
A atenta assessoria do Senador respondeu desta forma:
"Remus Reid foi um famoso cowboy no Território de Montana. Seu império de negócios cresceu a ponto de incluir a aquisição de valiosos ativos eqüestres, além de um íntimo relacionamento com a Ferrovia de Montana. A partir de 1883 dedicou vários anos de sua vida a serviço do governo, atividade que interrompeu para reiniciar seu relacionamento com a Ferrovia. Em 1887 foi o principal protagonista em uma importante investigação conduzida pela famosa Agência de Detetives Pinkerton. Em 1889, Remus faleceu durante uma importante cerimônia cívica realizada em sua homenagem, quando a plataforma sobre a qual ele estava cedeu."
Não é sensacional ? Palavras e números podem ser maqnipulados pra dizer o que o manipulador quiser!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Repúdio

Essa semana ocorreu um fato triste mas que nos faz pensar a respeito da miséria humana. Miséria essa que perpassa por todos os seguimentos e camadas da sociedade. Foi noticiado o fato de que uma criança de 9 (n-o-v-e) anos foi estuprada pelo padrasto e estava grávida de gêmeos. A mãe ao descobrir o ocorrido pediu ajuda à justiça e conseguiu que o aborto fosse realizado. O que deveria ser a resolução de um problema, pelo menos a possível naquele momento de dor e desespero (vejam aí que não sou e nem nunca serei a favor do aborto) , porque além do trauma do estupro a menina ainda estava grávida e com ameaça a sua vida por ser uma gravidez de alto risco, tornou-se um "inferno" mais horripilante ainda quando a "santa madre igreja" resolveu se intrometer na conversa onde, absolutamente não foi chamada. Em um país onde a taxa de adolescentes grávidas é enorme por falta de educação sexual, porque é feio falar de sexo com crianças (pode incitá-las a fazer?????), é feio falar de camisinha (?); onde os ditos miseráveis, que vivem à margem da sociedade e, consequentemente alheios aos avanços da educação e tecnologia não possuem sequer apoio para decidir sobre o que fazer com a própria desgraça. A "santa igreja", que vem matando milhões ao longo de sua funesta história (vide inquisição), se coloca do alto de um suposto poder acima do bem e do mal e condena essa mãe e os médicos por tentarem ajudar a pelo menos minimizar os problemas que essa criança irá enfrentar pelo resto da vida dela (não se iludam porque que será mesmo pelo resto da vida), e ainda contam com o auxílio de “advogados”, indivíduos que se aproveitam de uma tragédia familiar dessa proporção, a fim de ganhar notoriedade (é só o que posso concluir dessa lamentável atitude). Essa criança vinha sendo estuprada pelo padrasto desde os 6 (s-e-i-s) anos de idade e não temos notícias de uma palavra sequer de excomunhão a esse SER que roubou a infância e a vida dessa criança. O que a "santa igreja" tem a dizer a respeito? Só que a vida deve ser preservada? Mas que vida? A do maníaco estuprador? A da sua tão milenar história triste de atrocidades? Sim porque com essa sua atitude de julgar e condenar sem procurar entender os fatos, só faz manter mais e mais sua identidade de escória da humanidade. Vão excomungar a família? E daí? Se houver alguém pra explicar pra eles que esse suposto deus (com letra minúscula mesmo) que essa tal igreja diz representar, não é dotado de tal intolerância, fará com que a própria mãe mande-os enfiar essa excomunhão onde eles bem entenderem. O dia em que a sociedade começar ela própria a excomungar esse tipo de igreja e pensamento retrógrado, esse país e esse mundo doido onde vivemos será pelo menos, um pouco mais justo e confiável.

Por Mônica Innocêncio Ribeiro

quarta-feira, 4 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

História do 8 de março

“No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.”

Depois de muito tempo e luta em prol da “suposta igualdade” frente aos homens, finalmente as mulheres tiveram acesso a um instrumento de libertação, a pílula anticoncepcional. Pílula essa que lhes daria a tão sonhada liberdade sexual, que lhe daria o aval para uma vida sexual sem sobressaltos e sem ter que dar satisfações à dita “sociedade de bem” da época. A pílula possibilitava que a mulher fizesse sexo com quem bem entendesse, na hora e onde bem entendesse sem os riscos de uma gravidez indesejada e, conseqüentemente, de “ficar falada” como uma “perdida”. Finalmente, donas do próprio corpo e gozo. Será?

Sempre me questiono se diante de tantas conquistas (incontestáveis) , além da pílula que nós mulheres obtivemos, não passamos a nos sentir obrigadas a sermos iguais aos homens? Será que para nos sentirmos seres iguais (isso é possível?), necessitamos mesmo deixar de lado nossa feminilidade, nossa natural vocação para a maternidade, adiando mais e mais a vinda de um filho em detrimento de uma carreira sólida? (Afinal, mulher bem sucedida e moderna tem que ter uma carreira). O que ganhamos em querermos ser tão independentes se na hora de trocar um pneu, choramos e clamamos para que aquele farol que vem lá na esquina seja de um homem que tenha a boa vontade em trocá-lo pra nós? Se quando conhecemos um gato na balada, ficamos torcendo pra que ele ligue no dia seguinte (e eles raramente ligam) e não ligamos nós mesmas? Ah, porque senão daremos indícios de que estamos a fim dele? E daí? Não somos independentes? Não somos iguais? Por que não posso ligar e dizer que quero sair de novo com ele? Medo da decepção? Mas não somos fortes? Iguais? Ou nossa força só se manifesta na hora do parto, das cólicas menstruais? Na perda de um filho? Por que cobramos tanto do homem que abram a porta do carro, que mandem flores, que puxem a cadeira por nós? Por que ansiamos que o homem adivinhe o que queremos e não o dizemos com todas as letras: “quero isso, é possível ter?” E uma mulher igual e forte não pode ser a “MULHERZINHA” do seu homem? Não pode ser feminina e pedir carinho e sexo, sussurrando que ele é o que mais ela quer naquele momento? Enfim, por que essas atitudes fazem tanta diferença e muitas de nós as colocamos como condições imprescindíveis para que haja um relacionamento sadio? Será que essa luta de igualdade nos levou a uma situação inversa? Se que no afã de querer deixar de sermos vistas como objeto sexual, essa liberação toda não nos fez pegar o caminho de volta? Quantas mulheres hoje não exibem gratuitamente seus corpos e se trocam por migalhas de atenção, dinheiro, cerveja, carona no carrão (algumas nem olham o “carinha” se ele estiver a pé) com a desculpa de que são livres? E não estou falando das prostitutas, essas pelo menos são honestas consigo mesmas e com os outros, estão lá e dizem: “vendo sexo, custa tanto” e paga quem quer, não se iludem de que estão recebendo por um serviço prestado. Falo de determinadas mulheres que vêem no casamento ou nos filhos, garantia de uma velhice tranqüila, com pensão, casa, comida e roupa lavada...Dessas que ficam grávidas “sem querer” e se enchem de razão pra cobrar responsabilidades do pai da criança como se elas também as não tivessem. Falo daquelas que colocam o silicone como sendo a tábua salvadora...do botox seu redentor...das aplicações de LIPOSTABIL seu ideal de felicidade...como se nada mais valesse...Como se um corpo saudável não fosse possível só com alimentação balanceada e exercícios regulares. Só as saradas e siliconadas é que têm direito à felicidade, a olhares, a valorização...???
Limitações físicas não nos fazem o sexo frágil, mas sim um ser mais fraco fisicamente e só. Por que não aceitar isso e ver que nas nossas diferenças com os homens é que podemos começar a nos sentir completas e realizadas?


Por Mônica Innocêncio Ribeiro